Apagaram-se as luzes e só sobrou o silêncio daquela madrugada
vazia. A última garrafa de vinho,a TV ligada e uns pensamentos que não pareciam
fazer sentido enquanto ele comia o resto da pizza e ouvia uma canção de um
filme francês que ela tanto gostava. O telefone tocou, mas não era quem ele
esperava que fosse ligar, era apenas um colega de trabalho lembrando da reunião
do dia seguinte. Droga!!! Ela realmente não iria ligar, ainda estava chateada.
Ele tinha errado. Ela tinha errado. Afinal, eles nem eram um casal. Mas as
cobranças deixaram aquela amizade desgastada. Ela já não se preocupava em
dormir todas as noites no seu apartamento, ele mal respondia suas mensagens.
Ela comentou de outros caras com quem andava saindo,conversando. E ele deu a
entender que estava saindo com uma amiga que reencontrou da época da faculdade.
Realmente, eles já não eram os mesmos. Mas afinal, o que havia entre eles ? Dormiam juntos quase todos os dias e tinham uma amizade sincera, riam juntos e
se entendiam. Mas nunca fizeram daquela relação uma prisão, no começo ele só
queria uma amizade colorida, e ela topou sem nenhuma pretensão. No começo até
pareciam namorados,mas sempre deixaram claro o espaço que havia entre eles. Mas com o tempo algumas coisas
foram mudando, eles não conseguiram evitar as cobranças e ao mesmo tempo não
queriam assumir um relacionamento. Ele, porque não queria compromisso devido a
experiências frustrantes em relacionamentos anteriores, e ela só queria
aventuras, experiências novas. E depois de algumas discussões, decidiram parar
de se ver, por um tempo. Cada um continuaria sua vida sem esperar para se verem
na sexta à noite. Ele tinha medo, gostava daquela moça engraçada, do seu jeito,
da sua cultura, das coisas que ela escrevia. Ela, não admitia, mas gostava de quando
ele falava daquelas bandas anos 80 que ele adorava, dos seu amor por animais e
de como ele a beijava. No fundo havia um
sentimento ali entre eles, mas o medo repelia tudo aquilo que os unia. Ele não
gostava de saber que havia outros caras interessados nela, mas agia
indiferente. Às vezes faltava sinceridade, coisa que ela detestava.
Enfim,brigaram mais uma vez. Só que não houve mais ligações, nem desculpas, nem
reconciliações às escuras no meio da noite. Houve apenas o silêncio de cada um,
o vinho na geladeira e aquela canção francesa.
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