Eu tava
pensando esses dias sobre essa mania de
escrever, não sei explicar como isso começou, mas sinto que me faz bem. Lembro
de dois momentos da minha adolescência em que talvez eu encontre explicação. O
primeiro quando eu tinha uns 12 anos e ganhei um pequeno diário, daqueles que
vendem em loja de importados com canetinha colorida combinando com a cor da
capa, cadeado e chave. Lembro que o meu era verde e tinha páginas coloridas e
ilustradas, uma graça. No começo eu não sabia o que escrever nele, nem se
chegaria a usar. Afinal, o que uma garota de 12 anos tem a escrever? Sinceramente,muita coisa. Acho que todo
mundo sempre tem algo a ser escrito numa
folha de papel pra deixar guardado, às vezes nossos pensamentos fazem mais
sentido na ordem das letras. Mas voltando, eu pensei que aquele diário era uma
coisa boba. Sempre gostei de bobagens. Decidi que escreveria ali meus segredos,
confissões e “fatos” da minha vida. Comecei escrevendo sobre meus dias na
escola, a rotina em casa e o que eu achava das pessoas. Aos poucos eu fui
pegando jeito e gostando do hábito. Guardei muitos segredos meus ali. Escrevia
toda noite antes de dormir, e o que era um simples diário se tornou meu
confidente, durante alguns meses. Acabei completando todas as folhas, e parei de
escrever. Guardei por um tempo e anos depois eu o peguei,reli e acabei jogando
fora. Confesso senti um pouco de vergonha das coisas que escrevi ali. Bobagem.
O segundo
momento foi quando eu tinha 15 anos, ou mais. Tentei voltar a escrever, só que
dessa vez eram poemas. Toda vez que escrevia uma poesia levava pro colégio e
mostrava as minhas duas amigas. Só mostrava pra elas,mais ninguém. Depois
comprei um violão e tentei escrever músicas, não deu muito certo. Eu sempre
detestava e acabava rasgando. Então comecei a gostar de um garoto (eita,o
amor), então voltei a escrever de novo. Tirando as lágrimas e músicas
depressivas, pelo menos algo bom ele me deixou: me fez escrever muitos textos.
Foram momentos
importantes pra mim, porque foi onde encontrei na escrita uma maneira de
aliviar certos sentimentos e tentar me compreender melhor. Hoje eu continuo
escrevendo, com uma visão diferente do mundo, novas perspectivas e mais
experiências vividas. Carrego comigo um monte de lembranças que um dia
precisarão serem escritas e ,quem sabe, lidas por aí. A escrita me liberta, ,me
torna capaz de inventar e descobrir coisas. Eu não sei o quanto essa mania vai
durar, mas enquanto me fizer bem continuarei escrevendo. Aprendi que nossos
sentimentos não são motivos de vergonha, eles nos ensinam a sonhar.